quarta-feira, 7 de julho de 2010

Frida



Mulher com cheiro de árvore,
pés fincados, tronco forte,
folhas caídas pelo chão da vida.


Mulher acre, doce, céu e cinzas
Leve como brisa, olho de um furacão


Mulher sul, norte, lágrima,
deságua em correntes diversas,
imersa em sua própria escuridão.


Mulher sangue, jorra incontida
arte, reparte em mil cores
Mulher de dores, de flores,
de amores em desatino,
de desenhar o destino da vida.


Mulher arte, nuances
perfeitos num quadro, simulacro.
Mulher em meu pensamento,
venero, idolatro, espelho me vejo
simulo, enterneço...


Mulher de eternamente,
Lembrança, alegria, leve
emoção contida.


Em meu coração, para sempre

Frida.



Palavras derramadas em homenagem ao aniversário de Frida Kahlo, uma mulher no sentido mais preciso que esta palavra pode ter. 06/07/1907 - 06/07/2010


Saudades de mim

Klimt, árvore da vida, 1905









Hoje acordei com uma inexplicável
saudade de mim.

Do que sentia, do que vivia, do que pensava

Dos desamores, das inocências, daquela infância roubada...


Acordei com um medo súbito
de me perder de quem sou, de ver que aquela força
é cisco no chão, pétala de ave que
o vento carregou.


Acordei com os pés juntinhos e as mãos
encolhidas,
Num sono interminável, sem vontade de acordar

Acordei procurando o encanto da vida,
resgate ou saída
para esta mesma vida levar.