terça-feira, 21 de novembro de 2017

Maré





Meus pés repousam sobre a água,

Brisa, alívio, conforto.  
As ondas me abraçam,
Sou eu em gotas e sal, dissolvida.

A onda vem,
E tudo está tão perto
E é tão bom, sereno e vivo.
A maresia adentra pelos meus poros
Sou eu em força e sal, reerguida.

A onda vai
Dissipa o rastro de outrora
E a tudo leva embora
Fica o pé fincado na terra
Sou em gotas e areia, refletida.

Tua presença é maré
Perto e longe, perto e longe
Perto e longe, perto e longe
Não responde
O eco de meu desejo
Almejo o que não vem
Sou eu em lágrimas e sal, decidida.

Até um outro talvez...


A onda vem...

domingo, 12 de novembro de 2017

Retorcido



Tudo se esgota,
Dilacera, desintegra
Vira ida sem volta,
Inverno em plena primavera.

Tudo se retorce
Leve gosto de acre
Na vida, na alma, na boca
E uma saudade louca
Que insiste em não ir embora.

Tudo se fragmenta, pulveriza
enfraquece
Vai esmaecendo nos dias
Nas longas noites mal-dormidas
onde a espera é uma prece

Tudo se deteriora, apodrece.
Laços frouxos que se perdem
se desatam, se separam
caem no chão imóveis
lágrimas que a face envelhecem.

Tudo é galho retorcido,
espinho afiado, sentimento perdido
Tudo é luto e luta
silêncio contido
e respiração profunda.

Para continuar sobrevivendo.

domingo, 5 de novembro de 2017

Conforto





Sua presença tem cheiro de flor,
De cara lavada, de vento, de mar.
Sua presença me conforta, me abraça
Me deixa pequena, de alma serena,
Me faz descansar.



Alívio ligeiro na dor insistente,
Teu corpo silente
Me abriga do mal, acalma, adoça
Meu corpo conforta, me põe para
Pensar.



As palavras repousam, serenas.
Leves, fortes, soltas, breves...
É difícil fazer com que expressem
O tamanho do bem que você me faz.



Minha alma voraz
Repousa serena sobre teu peito
Meu coração responde satisfeito


Olho para o céu, fecho os olhos
E durmo em paz.