segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Pendular



Estou cansada de idas e vindas. Uma tontice aguda me chega às têmporas, enjôo breve que vem e que passa. Mas um dia sempre volta. Estou disposta a contemplar problemas, respirar fundo e reinventar os sonhos. A ser paciente. Flexível, responsável, politicamente correta. Não mentir. Respeitar os mais velhos e todas as coisinhas do gênero. Resumindo: Ser uma boa menina. Mas preciso de ar fresco nas narinas. Como um passarinho que jura que não vai embora, mas pede em silêncio para ficar fora da gaiola. Não, não quero liberdades sexuais, relacionais, afetivas, ou qualquer coisa destas. Quero apenas ser quem eu sou. E poder dizer o que penso, o que sinto e o que quero. Compartilhar. Quero parar de um só lado: esquerdo ou direito. De preferência do lado onde eu encontre o nosso sorriso. Um sorriso frouxo e bobo, de risadas leves que nos fazem cair no chão. Não quero explicação. Quero um encontro num silêncio. Um momento exato, onde só exista cheiro de terra e de mar. Quero a brisa da cidade em meu rosto, exposto. Esconder-me em teus cabelos longos, logo. Quero simplicidade de vida quotidiana. Quero me reinventar, apenas. Deixar de ser pendular.

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