segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Oco de Mim



Queria trazer-te um poema,

um poema pequeno,

que te contasse em silêncio

o tamanho da minha saudade


Mas neste oco de mim, nada cabe.

As palavras não ficam e escorregam

por entre as lágrimas,

por entre os sonhos,

por entre as pernas

e caem no chão.


Neste oco de mim

só cabe

a cor esmaecida

de uma tentativa.


Neste oco de mim só

cabe o gosto amargo,

o nó na garganta

de um castelo de areia, lindo,

que as ondas levaram

e não trazem mais.


Neste oco de mim só

há espaço para a dor

que é amplidão

Não há cortinas de fumaça, máscaras,

falsas palavras...


Apenas eu, treva

silêncio e solidão.


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