segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Dor de dó

Edvard Munch , modelo perto da cadeira.



Cheiro de dor enevoando tudo,
Aspiro de vez o mundo, desejo
Mas trago e só acho
Dor de dó em doer mais fundo

E apenas o vazio se instala

Tiro o olho do buraco
O fato se anula, e dói
O ato dissimula de si
Branco, do azul separa

Um caco, um pedaço
De uma oca quimera
Ah, quem dera!

Aproveito os restos,
decomponho os fatos
Incrédula
Somando os raios de sol
Que invadem a madrugada

Com as lágrimas que despejo
Vaga lembrança
Rego o solo do desassossego,

no ensejo

Dor de doer
E mais nada.

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