Chagall, The woman and the roses, 1929.
hoje a lágrima não rola
a dor demora
por dentro do peito
farpa afiada, corta sem dó.
hoje a palavra não fala
o silêncio responde
com um movimento brando
o desatino vão
que faz do amor um nó
hoje a noite não finda,
madrugada anuncia
com o sol raiando
por baixo das sombras
do que sobrou de mim.
hoje a interrogação
dorme em meus braços
e preenche os espaços
vazios de você.
Hoje é um oco
dor de doer tão fundo
um arrepio sobre a minha alma
sobre minha casa, sobre meu mundo.
Amor, cadê?
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