terça-feira, 27 de março de 2012

Dor

Chagall, The woman and the roses, 1929.


hoje a lágrima não rola
a dor demora
por dentro do peito
farpa afiada, corta sem dó.

hoje a palavra não fala
o silêncio responde
com um movimento brando
o desatino vão
que faz do amor um nó

hoje a noite não finda,
madrugada anuncia
com o sol raiando
por baixo das sombras
do que sobrou de mim.

hoje a interrogação
dorme em meus braços
e preenche os espaços
vazios de você.

Hoje é um oco
dor de doer tão fundo
um arrepio sobre a minha alma
sobre minha casa, sobre meu mundo.

Amor, cadê?

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